-


terça-feira, agosto 26, 2008

Bonecada, Pinipons e outras coisas mais...

Meus caros petizes da vida airada, cá estou eu, o Poeta mais destemido e mirabolante da blogosfera (ou se calhar não), para vos trazer mais uma interessante (ou não) divagação acerca de qualquer coisa pouco ou mesmo nada importante.
Andava eu ali prós lados do estaminé da queridíssima Soya quando, e comentando acerca da imagem aqui em baixo, disse que a estátua era «interessante...» e que se parecia com um Pinipon...

Pronto... se calhar exagerei ao ter dito que a estátua era interessante. Se calhar se dissesse «esta estátua parece um cu dos antigos» seria mais apropriado mas, dadas as circunstâncias, foi aquilo que me veio à cabeça.
Achei engraçado o facto de uma das comentadoras ter dito - e passo a citar: «Um pinipon??? Os pinipons eram lindos!!! Esta estátua, (na) minha opinião, é feia que dói.». Realmente, a estátua é feia que dói, mas daí a dizer que os Pinipons são lindos vai uma grande distância.
Mas, eis que a nossa Soya desafia o Poeta e diz: «Desafio-te, Poeta Acácio, a fazeres uma entrada no teu blog sobre esses bonequinhos!:p»
Eu em primeira instância ia falar do :p que ela colocou no seu comentário. Porém, sentindo-me desafiado, lá decidi fazer uso da minha massa cinzenta que, nos últimos dias anda com falta de inspiração. Talvez porque o stock de Casal Garcia tenha acabado. Quem sabe...
Pois bem, quem - pergunto eu - não conhece estes bonequinhos e a porra de música que os acompanha? Toda a gente!
Todos sabem cantarolar aquela música: «Pon, Pon, Pon, Pinipon! Que divertido! A quinta Pinipon-o-on! Ovelhinhas bebés! Águinha para as vacas! TODOS A BEBER! Na quinta de Pinipon... isto é qu'é bom! De Pinipon!». O que ninguém sabe é como é que surgiu esta bonecada.

Até à bem pouco tempo, toda a verdade acerca dos Pinipon era Confidencial mas, graças à capacidade de investigação do nosso Chibo de Serviço, todo esse emaranhado de segredos foi desvendado.
Preparem-se para a revelação do ano!

Eis como tudo aconteceu...
É num belo dia de Julho do ano da graça de mil nove e sessenta e dois, depois de uma tarde bem passada a fumar charutos cubanos e a ver as miúdas em fato-de-banho que, Albano Pini e Megusta Pon, dois espanhóis na idade da reforma, decidem enveredar pelo maravilhoso mundo da estupidez.

Diz Albano: «- Mira! Megusta, estoi aquié a pensiar quie podiyamos juntiyarmo-nos paria abriyermos um negiócio juntiyos. Quie te pariece faziermos negióciyo como los Dolce & Gabana?»

Ao que diz Megusta: «- Albano! Tu estaiyes louco?! Yo soi muito macho! Essies diois syão umas bichyonas dio camandro! Yo soi un puro macho latino!»

«- Pero, teriyamos bifias em trajes meniores (oi miesmio sien rioupia), die mamiocas a saltitiar a nuestra frientie!... Tu não quieres isso? No te gusta?»

«- Oh si! Megusta mucho! Pero, tioda a gientie nos vai chamiar bichyonas!»

«- Tienes raziõm! Tienho quie pensiar miais un piouco!»

Albano, pensou bastante até que, depois de fumar duas ou três ganzas de baixa qualidade sugere:

«- Io! Megusta, piorque non abrirye umia fiábrica de fazier boniecada?»
«Boniecada? Andiastie a apianhyar miutio siol na cabieçia! Die quie mie servye iuma fiábrica die fazier bionecada?»

«Mira! Pero piodiyamos abrier a fiábrica e piôr lá giajyas bioas en trajes meniores yo miesmio sien rioupia, ya fiazyer yo a «yempaciotar» os bionyecos! Yo «yempacotamos» as yempregadas!» - Albano diz isto fazendo um sorriso maroto, como quem diz: «Quero lá saber de empacotar os bonecos... a gente depois viró pacote das empregadas!»

Megusta, depois de muito ponderar a ideia, aceita a estupidez e a coisa marcha. Porém a idieia do nome ainda foi atribulada...
O primeiro nome a surgir foi «Megusta Pini, A.R. LDA» porém, devido a a trocadilhos manhosos feitos pelas crianças a empresa é forçada a mudar de nome.
É no ano de mil nove e sessenta e sete que, empresa e bonecos deixam de se chamar «Megusta Piniar» (como carinhosamente eram denominados pelos petizes) para chamarem «Pinipon».

Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)

TENHO DITO

terça-feira, agosto 12, 2008

Arraiais, palermices e outras coisas mais... as festas das terriolas dum ponto de vista palerma

Ora bem, meus caros petizes da vida airada, cá estou eu, pra vos trazer mais umas palermices. Bem sei que mereço umas boas bordoadas no lombo por nem sequer ter dito que ia tirar umas férias, mas sabem como é, um gajo é afectado pelo síndrome de férias e esquece-se de tudo. Aliás, o Verão estou em crer que, para além de trazer gajas boas em trajes menores, traz também uma certa quantidade de coisas estúpidas que fazem com que a nossa cabeça começe a entrar em parafuso.
Pois bem, já vos falei na última posta que aqui botei, que a praia é, sem dúvida nenhuma, um local de pouco descanço e carregado de palermice. Porém, o Verão não é só praia, e há que alargar os horizontes e botar os pés ao caminho, em busca da palermice aguda.
E é disso que andei à procura.

Botados os pés à estrada, eu e o meu fiel chibo de serviço lá fomos em busca da sagrada estupidez aguda, por terras de El Rei D. Coiso, enfrentando cães de loiça raivosos e bifas histéricas.
Às tantas diz-me o Chibo:

«Ó Acácio... eu sei que tu gostas de andar e o caralho, de alargar horizontes, e tal... Mas não seria melhor dirigirmo-nos à terriola? É que as festas em Honra de S. Não-Sei-Das-Quantas tão quase, quase a chegar e eu ouvi dizer que ia lá a Quim "Berreiros"! Ah... e também já tou com fome!»

Ora, eu já tava com uma certa fome e a modos que achei boa ideia seguir o conselho do nosso chibo e dirigir-me a casa, não pensando sequer que a festarola lá da terrinha pudesse dar uma boa posta pró estaminé. Porém, dias depois, já na festa lembrei-me que, se andasse atento, palermice aguda e gente a louvar a Santa Ignorância não haveriam de faltar!
Desde já vos digo que, uma festarola destas é, sem dúvida nenhuma, uma passerelle de coisas levadas da breca e tem sempre as suas características.

Ora vejamos:
1.º As festas são sempre feitas à nôte e, dada esta piquena característica eis o que um estúpido se lembrou de lhes chamar: «Noitadas». A esse indivíduo desejo apenas que lhe nasça um pinheiro atravessado... vá lá... na zona posterior, um pouco mais abaixo da extremidade da espinha dorçal... Pronto... nu cu!
Por serem de nôte, a malta põe uns arquinhos, com umas luzinhas e tal e tal, que servem pra embelezar a rua e que, para além de iluminarem a rua, servem também pra iluminar as gajas que por lá passam! Uma maravilha dos tempos modernos!

2.º
Festa que é festa não tem só um Sumol e quatro copos! Nada disso! Tem barraquinhas de comes e bebes, barraquinhas de farturas, barraquinhas dos chineses, barraquinhas de indianos, barraquinhas de africanos (com africanas a fazer tranças a velocidades puta-que-pariu km/h) e, como não haveria de deixar de ser, barraquinhas com os famosissímos índios das flautas-de-pan! Minha Santa Jervásia, livrai-nos deste tormento!

3.º
O curioso destas festas é a maneira como o recinto tá vedado e devidamente guardado... Dois bófias de barriga com armas pré-históricas e com cacetetes novinhos em folha, acompanhados de uma grade que facilmente se pode ultrapassar. Ah!... e que chegada a meia noite vão fazer oh-oh!
Curiosamente, levam cerca de 250 € por um serviço... como direi... de trampa! A não ser que passar multas também esteja incluído no preço!

4.º
Estas festas têm, obrigatóriamente, de ter... (um momentinho de suspense fica sempre muito chique)... carrinhos de choque! Que raio de festa não tem o seu espaço com os carrinhos de choque, hem? Nenhuma! É impensável sequer não ter carrinhos de choque! Digamos que é o mini-mini-parque-de-diversões da terriola onde se juntam os petizes todos, e a malta que normalmente já tá com um copo a mais!

5.º
O conjunto (ou banda pra ser mais chique) lá da terra e um ou outro cantor mais ou menos famoso! Isto, meus caros, são duas coisas que não podem faltar. Se faltarem, nem os carrinhos de choque se safam!
Os conjuntos normalmente têm daqueles nomes dos quais ninguém se lembraria, nem mesmo se estivesse com uma bobedeira em fase terminal! Eis a que me apareceu na terriola: «Conjunto Típico "Rosas Negras"», que integrava uma música acerca de casas de massagens. No caso dos cantores mais ou menos conhecidos, apareceu cá na terrinha a pouco (ou mesmo nada) famosa Tatiana (aquela do Big Brother)... diz que lhe deu pra cantar... a mim parece-me que lhe deu pra desafinar e berrar ao mesmo tempo.

6.º
Fogo de artifício (ou fogo preso), a única coisa que não tem muita palermice!

7.º
A vaca-de-fogo! Ora aqui está uma coisa que alguns catraios não conhecem. Pois eu passo a explicar:
Um gajo mete-se por baixo de uma estrutura em forma de vaca, sarapintada com manchas brancas em fundo preto (ah... note-se que a essa mesma estrutura vão presas bombas daquelas dos fogos de artifício e bombinhas de carnaval). Depois acende-se o rastilho, pica-se o indivíduo, o gajo começa a correr desalmadamente (com aquilo às costas) enquanto aquela porra toda vai a estourar pelo caminho. Esstúpido? O tipo que se mete a andar com aquilo!

A famosa vaca de fogo!
E os nada famosos palermas que se metem por baixo!

8.º O molho (ou mel). Outra coisa que alguns nã conhecem:
A malta que anda na festa prepara-se em casa (pega em sacas de plástico), enche as ditas sacas com água, dá-lhes um nó e chegada a altura (normalmente depois da vaca dar o último estouro) começam a atirá-las uns aos outros. Palerma? Sim... todo o esquema!

9.º Bobedeiras e porrada. Festa que é festa tem a sua dose de pancadaria ao ar livre! Sempre acompanhada de uma bobedeira nos cornos! O curioso da porrada é que a malta malha à séria. É cada bordoada! Um espectáculo lindo de se ver... e estúpido também!

Portanto meus caros, se querem rir-se e, quiçá, divertir-se um bocadinho, vão até à terriola mais próxima de vocemecês. Vão ver que não há nada mais espectacular.

Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)

TENHO DITO