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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O derivado da questão essencial: A Crónica de São Valentim (com dias de atraso)

Bem sei, meus adorados catraios, que longos dias se passaram desde a última pescada que aqui coloquei. Este breve período de ausência fez-me pensar na vidinha e, acima de tudo, fez-me pensar que a merda do computador precisa de um anti-vírus mais potente!
Mas fora tretas, tudo se passou e vamos ao que interessa...

Com alguns dias de atraso, é claro que não poderia faltar a minha crónica do dia dos Amantes, Encalhados, Namorados, derivados e afins! Ou seja, do São Valentim! (e não, não se trata do padroeiro do shôr major)
O ar, neste dia, tresanda a amor e, meus caros, há coisas que não devem faltar:

1.º) O famoso SMS de manhãzinha a desejar um «Feliz dia dos namorados meu chuchuzinho», ou em linguagem de SMS: «flz dia ds nmrds, mê xuxuznh. amt mt».
FODA-SE! Mas a malta anda a poupar ou que caralho é?
A sério... a mensagem fica mais curtinha, mas às tantas deixa de parecer uma mensagem de amor para ser uma mensagem encriptada que se auto-destrói em 7 segundos!
Consequência do não cumprimento da cena: Ela amua e diz que não lhe damos atenção...

2.º) Não pode faltar o saudoso raminho de rosas... E um gajo, chimpa governo! 70€ por duas rosas e meia dúzia de folhas... Ah, e o cartãozinho a dizer: «Amo-te»!
Agora a sério: 70 €?????? Vão lá roubar ao caralho!
A malta dirá: «Ó poeta, tá certo que é caro mas quem é que não faz isso pela sua mais que tudo?»
Tá bem... eu faria... mas primeiro tenho de pôr qualquer coisa no prego, ou então pagar em três suaves prestações: tarde, mal e nunca!
Consequência do não cumprimento da cena: Ela chama-nos forreta!

3.º) Sair com a namorada. PROGRAMA OBRIGATÓRIO! (E a malta volta a arrotar mais 20 ou 30€)
Consequência do não cumprimento da cena: Mais um amuo e um valente par de estalos na fronha!

4.º) Levá-la a jantar a um restaurante chique e não à tasca do Manel Jaquim. Um tipo, com a carteira mais leve, ainda pensa duas vezes e tenta pedir duas bejecas e um pratinho de tremoços, porém ela aponta para os Escalopes de Vitela.
Consequência do não cumprimento da cena: Um par de estalos, um murro nas vergonhas e... vá lá... dois amuos.

5.º) Levar a nossa paixão ao cinema para ver o último filme lamechas que tenha saído, em que participa aquela que já foi casada 70 vezes e aquele que é modelo (por sinal, o tipo mais bem parecido do mundo... hmmm desconfio!).
Consequência do não cumprimento da cena: Duas berdoadas nos tomates e a saudosa frase: Já não gostas de mim...

6.º) Ir praticar o amor... e um tipo: «Ahhhhhhhh... tava a ver que não! ...dasse!»
Pois bem, acontece que ela dirá: «Ai morzinho... tou tão cansada! Leva-me a casa...». E o gajo que, depois de ter cumprido este programa à risca e ancioso por ir praticar um «lingui-pulahh», leva com esta merda diz: «FODA-SE! E nem uma tricazinha na orelha?»
Consequências (para o catraio) do não cumprimento desta cena: O mangalho fica triste por não ter amigas!... Fica muito muito muito triste, cabisbaixo, pior que o chapeu de um pobre!

É o desalento! É o drama... O HORROR!!!!!!!!!!

Quando um tipo já tava com a pujança toda e com uma caixa de balões no bolso, com uma série de tensões acumuladas na zona fálica (e viva a palavra cara), leva um balde de água gelada pelo focinho abaixo! E um tipo pensa: «Atão um gajo faz as vontadinhas todas e nada?... Ai 'pera lá que já t'atendo!»
Uma noite sem «fiuu fiuuuu»! Ó DESTINO CRUEL!!!!! É A TRISTEZA DO ZÉZINHO!!!!!!
A esses catraios só tenho uma coisa a dizer:
Pró ano há mais... não deseperem!

O pior é se ela repete a dose...

Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)

TENHO DITO

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

O caso do engenheiro que não era engenheiro e que assinava projectos que não eram dele - Não perceberam? Pois eu também não!

Era uma vez - sim porque qualquer historieta que se preze tem de começar assim - um "Engenheiro". Esse engenheiro tinha aspirações, muitos sonhos e muita, mas mesmo muita palermice enfiada na caixa córnia.
Dizia ele para com os seus botões:
«É pá, um dia hei-de ser Secretário Geral de um partido político famoso, hei-de tirar o curso de engenharia (por fax, pois claro) e, se tudo correr bem, depois de muitas botas lambidas e muitas cunhas, hei-de chegar a Primeiro desta nação que é a Abrunhosa de Cima! Isso era porreiro, pá!».
Rezava todos os dias à sua Santa protectora, a Santa Ignorância, como bom menino que era, pedindo maior contenção orçamental e salários mais baixos.
Todos na freguesia de Inocêncio dos Galos, conselho de Atrasadices que fica no caralho mais velho, mais 700 paus de taxi, o conheciam por «Shôr-Engenhêro-da-mula-russa».
Habitual frequentador de inúmeros espaços da aristocracia de então, como o Bar da Esquina, a Tasca do Shôr Manel e também d'O Bordel da Amália, este engenheiro, coleccionava projectos, trocando os repetidos por outros:
«Projecto para o novo aeroporto da Ota", já tenho repetido! Ó Manelinho Eustáquio, queres trocar este projecto pelo projecto "Aeroporto de Alcochete"?» - perguntava ele, nos intervalos das aulas, no recreio da Escola Independente de Atrasadices, ao seu colega de carteira, ou melhor dizendo, de poleiro!
Este pequeno Engenheiro, depressa se tornaria homem, indo já sem acompanhante ao "Bordel da Amália" para jogar ao pião e debater técnicas de reprodução, bem como estratégias de remuneração com as restantes funcionárias do estabelecimento.
Apelidavam-no então de «Futuro Primeiro». Diziam as funcionárias deste estabelecimento:
«Este catraio há-de ter futuro como Primeiro de Abrunhosa de Cima! Engatar a primeira é com ele! O problema é desengatar...».
Pois bem, bota alta, anelzinho à azeiteiro e cabelo jeloso era a sua imagem de marca, imagem de marca dos anos 80/90 (ou a merda que o valha), altura em que começa também a frequentar as aulas de inglês técnico em part-time, visto que a sua condição de Secretário Geral (que tanto ambicionara desde cachopo) não lho permitiam.
Mais tarde (mas mesmo muito mais tarde), conclui o curso de engenharia, a um Domingo, com algumas cadeiras (ou sofás) concluídos por fax.
Jovem cheio de ideias, logo começou a arranjar projectos.Funcionário da Câmara Municipal de Atrasadices, começa a desenvolver projectos, à média de 20 a 30 [projectos] por minuto, aumentando posteriormente para 70 por segundo, um verdadeiro prodígio para um jovem na flor da idade.
À sua custa, obras como a Casa do shôr Manel - carpinteiro de cofragem desde os seus 2 anos - obtiveram aprovação, sendo posteriormente consideradas, obras de grande valor devido à sua vanguarda.

(casa do senhor Manel Carpinteiro - coitado!)

Mais tarde, este valoroso jovem, conseguiria alcançar o seu maior sonho... ser Primeiro de Abrunhosa de Cima, colocando-a na melhor posição de todos os tempos... A BOSTA!

Moral da história: Actualmente qualquer um pode ser frequentador de uma casa de massagens!
Onde é que já terei ouvido uma coisa semelhante?

Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)

TENHO DITO