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quarta-feira, julho 23, 2008

O verão, a praia e outras coisas mais... uma visão palerma mas interessante (ou não)

Meus caros petizes, cá estou eu mais uma vez a escrever mais uma palermice no curriculo do meu mui espectacular estaminé, depois de ter estado ausente (hoje tou a modos que virado para a utilização de palavras caras... deve ser da pinga!) alguns dias para retemperar a minha quantidade anormal de palermices, que nos últimos dias andava a modos que a bater no fundo.

Pois bem, e que boa forma de ganhar inspiração não será uma ida à praia, hem?
Ora, a modos que lá peguei nas trouxas e bora lá...
Uma ida à praia é sempre carregada de emoção e espectativa e normalmente, no meu caso, é sempre a melhor altura para apanhar palermices.
Para além de reparar (apenas para fins meramente de estudo) nas gajas que passeiam pelo areal em trajes menores (ma que bela!), gosto de tar ali feito sardinha a virar umas 20 vezes até ficar tostado, tentando sempre reparar nas calinadas e nas figurinhas que por lá estão. Mas curiosamente a minha atenção vai sempre para as famelgas numerosas.
Este tipo de famelgas vem, normalmente, daquelas cidades do interior esquecido e pouco lembrado e que, normalmente, a única praia que vê é o rio que passa lá na aldeia.
Constituída por elementos de peso, o chefe de família é, sem dúvida alguma, o verdadeiro Zé Portuga! (esta conclusão pode ser facilmente comprovada no caso do indivíduo trazer um garrafão de vinho)
A chegada destes indivíduos à praia é sempre mais ou menos pacífica, havendo sempre algum puto mais choné a chorar desalmadamente por querer um gelado.
A sua estadia... um autêntico massacre para o bem estar fisico e emocional de qualquer um. Normalmente não se prolonga mais do que 4 horas, mas ainda assim podemos ver de tudo e mais alguma coisa.
Repare-se que esta espécie de indivíduos da classe dos HomoSapiensSapiensZéPortucalis é dotada de certos e determinados comportamentos, únicos no mundo. Ora vejamos:

  • Os elementos do sexo masculino chegam à praia de meia branca, chinelinho no pé (com a meia branca por baixo), calça vincada e, para completar o quadro, camisola interior cabeada com a barriga mais ou menos a caber dentro;
  • Estes indivíduos são capazes de transformar uma praia pacífica e normal, numa praia com catraios sem cuecas de tringalhos ao penduro a correr desalmadamente pela praia. Uma verdadeira obra de arte;
  • Quando não estão a correr, divertem-se a atirar com a bola pra quem está descançado e a tentar ter uns momentinhos de reflexão;
  • Ficam alojados na barraquinha. Um espaço de cerca de 1 metro quadrado mas onde não falta espaço;
  • Enquanto os homens dormem, as mulheres dedicam-se ao croche e ao ponto de cruz. Diga-se que os homens ressonam e que o seu grunhido é audível a 250 metros;
  • Esta espécie, vem abastecida para 1 ano, trazendo sempre o seu farnel, onde não falta o chouriço, o presunto, o queijo da serra amanteigado, o iogurtinho Danone (pró trânsito intestinal) e o bolo da avó;
  • Ao contrário dos macacos que catam piolhos no pelo uns dos outros, estes limitam-se a apertar borbulhas;
  • O chefe de família apresenta um farto bigode;
  • A linguagem é muito limitada... «foda-se», «caralho», «puta que pariu»... às vezes ouvem-se os três ao mesmo tempo;
  • As conversas giram sempre à volta da vida social e cultural lá da terrinha. «A Ti Jervásia tá tão mal!», ou mesmo «A vaca da Maria é uma badalhoca do caralho! Anda a encornar o marido com o padeiro! Vaca!»;
  • Entre o barulho do mar a enrolar na areia, lá se ouve um grunhido ou mesmo, mesmo (em dia de sorte) um peido daqueles puxados às tripas! A desculpa é sempre caricata: «É o beinto a cortar na barraca!»;
  • Sempre que passam por alguém, deixam um rasto de destruição. Areia e mais areia!

Meus caros, como puderam ver, esta espécie é de todo fascinante, quer pelos seus modos, quer pela sua maneira de estar. Contudo, têm passado por sérias dificuldades e encontra-se em vias de extinção.
A falta de praias com espaço livre para albergar uma barraca e uma famelga com 20 pessoas, bem como a existência de cuecas de criança à venda nos hipermercados tem afastado esta espécie das praias.
Por isso, temos de lutar pela preservação desta espécie que torna as nossas idas à praia mais deprimentes!

Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)

TENHO DITO

22 comentários:

Vitória disse...

loooooooool

Oh poeta tu olha "mazé" para as gaijas boas pah.

Eu fujo dessas familias..mudo de poiso, foda-se!

Beijooo

Moyle disse...

daí a preferência do Moyle por tudo o que não é praia. mas também há coisas boas, como o arroz de ervilhas com frango. hmmm, que nível.

Anónimo disse...

E se for ao domingo talvez ainda se veja o chefe de família a ouvir o relato do jogo, na rádio (dando-o a ouvir ao redor dos tais 250 metros!). Se for um nadinha mais evoluído já tem daqueles rádios com auricular...
E vou-te dizer não é preciso que essa família venha lá das terrinhas do interior.
Há cá disso, no litoral...

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

vita:
por acaso olha que prefiro (de longe) olhar prás moças... é mais interessante e menos deprimente! hehehehehehe

Beijos

TENHO DITO

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

moyle:
exactamente... há actualmente boas alternativas à praia... o problema é que estas famelgas não vão pra lá! hehehehehehehe

Um abraço

TENHO DITO

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

tigremia:
curiosamente tb já presenciei desses momentos... é um momento de reflexão profunda para o «chefão». O catraio chora e ele: «tá clado moço! Se eu não oiço quem marcou o golo do Fornos de Algodres FC levas uma bolachada que até arrotas a pepino! Vai berrar prá beira da tua mãe, ó caralho!»
Sem dúvida, um autêntico regalo para quem quer estar em paz e sossego! hehehehehehe

Beijos

TENHO DITO

Moon_T disse...

que nostalgia que me causaste ... já nao sei o que é praia praí ha uns 2anos... até já das gajas de bikini eu tenho saudades...




obrigado

ps.
olha o meu nome ali ao lado!!! hehehe

Cristina Costa disse...

Ora pois!
É por essas e por outras que eu não gosto de praia. E até já as grossas de bikini... desculpem lá, mas não há paciencia para tanta Passerelle de qualidade duvidosa daquela que ninguém duvida.
Se há local onde o engate é mais reles, é na praia !
Mas isto é só a minha opinião...

Cumprimentos , ó Acácio

Liana Andra Marques disse...

és sempre mto engraçado ;) desta vez não foi excepção :p mas olha na parte do farnel e abastecimento para um ano... cá para mim estavas com inveja hehehe

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

moon_t:
ehh pá... à dois anos que já não visitas este templo onde abundam gajas em bikini? XASSUSS... hehehehehe

Um abraço meu caro

TENHO DITO

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

an ambush of ghosts:
por acaso tens razão naquela parte do engate... engatar gajas na praia é um pouco reles... e quanto à passagem de gajas em bikini até que se consegue aturar... o problema é k de quando em vez passam daquelas gajas mais avantajadas (ou de peso como preferires) com bikinis que servem a gajas que são metade ou mais de metade delas... e isso é um autêntico massacre para a vista, acredita! hehehehehehe

Um abraço meu caro

TENHO DITO

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

liana andra marques:
por acaso, de quando em vez dá apetite de chegar à beira deles e dizer:
«ó amigos, cheguem aí uma rodela de chouriço que tá a olhar pra mim com cara de quem quer ser comida!»... portanto, não vou dizer k de vez em quando (mas muito de vez em quando) não sinta um bocadinho de inveja... hehehehehehe

Beijos

TENHO DITO

Jiminy_Cricket disse...

Oi Pedrocas Poeta,

Olha a espécie está a mudar. Os que se cruzam comigo possuem a mesma falta de educação mas depois tratam os filhos assim:

"Diogo não deite água para cima da senhora"

"oh Bernardo esteja quieto, saia da toalha da senhora"

"Martim tire o dedo do nariz da senhora"

deixam os filhos à solta a chatear os outros, mas são assim faz conta educados só porque tratam os filhos por "você"

é uma nova estirpe ;)

beijos

violent.femme disse...

também aparecem as ditas esposas do homem-do-bigode-farfalhudo, as vulgares "sereias - metade mulheres, metade baleias " de meia-iade de bequeni reduzido, para realçar aos olhos das gentes, upa-upa!

belo post, Poeta.

*

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

jiminy_cricket:
nã... é a mesma espécie só que com tiques de intlectual e jet... ou melhor dizendo, trata-se da espécie Homo Sapiens Sapiens Ze Portucalis Cascaiensis... hehehehehehe

Beijos poéticos

TENHO DITO

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

violette*:
eu curto essas tais mulhes baleias pk em vez de comprarem um bikini que seja mais apropriado pra elas, vão sempre comprar o mais reduzido e, de preferência, o que tenha cuequinha de fio dental... um autêntico massacre pró espírito, claro está! hehehehehehehehehehe

Beijos poéticos

TENHO DITO

Anónimo disse...

Daaassss!!! Ainda há disso aí no norte?!

Luxúria x Tentação disse...

Desassossega-nos...

beijo

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

ap:
meu caro.... disto e muito mais... é um verdadeiro paraíso destas figurinhas... hehehehehehe

Um abraço meu caro e volta sempre

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

luxúria vs tentação:
interessante... eu normalmente sou um «perito» na arte do desassossego... pelo menos do bom estado de espírito! hehehehehehe

Beijos desassossegados e voltem sempre

TENHO DITO

Luxúria x Tentação disse...

Vem beber um copo!!

Luxúria

Pedro Correia ou Poeta Acácio disse...

luxúria vs. tentação:
eu até k vou... mas pagam vocês... hehehehehehehehe

Beijos

TENHO DITO