
Meus caros, cá estou eu mais uma vez, depois de vários dias de longa reflexão, para vos trazer mais uma historieta palerma, q.b.
Desta vez, em plena época pascal, não deveria deixar passar em branco mais uma oportunidade de dar na cabeça e de aviar umas valentes cartuchadas, nessa figura azeiteira que constitui o saudoso coelhinho da Páscoa.
A Páscoa traz consigo as amêndoas, os ovos de chocolate e mais uma catrafada de coisas que nos enchem os olhos e, especialmente, o bandulho obrigando-nos a corridas loucas ao W.C. nos dias que se seguem.
Mas infelizmente, houve um palerma qualquer que levado por uma boa dose cavalar de uma qualquer droga de baixa qualidade, ou quiçá, depois de ter levado com uma moca de Rio Maior com ponta d'aço, decidiu ser um iluminado e criar uma das figuras que para sempre será lembrada como: "O coelhinho da Páscoa".
Meus caros, haja credibilidade nas coisas que se inventam! Tá bem que se diga que Portugal é grande, que o Sócrates é o maior político da história e que o Benfica vai ser campeão este ano. Agora, dizer que uma figura como o coelho da Páscoa, põe ovos cobertos de chocolate, e ainda por cima, com surpresas lá dentro... é... digamos... nojento!...
Petizes, a única forma que encontro de fazer com que um coelho comece a cagar ovos de chocolate é se lhos enfiarmos pelo cu dentro!
Meus caros, pôr um coelho a dizer: «Sou uma galinha! 'Có-Có-Ró-Có! Ponho ovos, mas com chocolate! Ah.. e com um Pinipon lá dentro!», é um pouquinho estupido!
E, perguntam vocês, como é que alguém pode criar uma figura destas e reduzir um animal tão fofinho, tão cheio de vitalidade (quer dizer, dar uma trancada na respectiva coelha de 5 em 5 minutos, é de louvar!), que a única coisa que deseja é o tacho, como parte integrante de um guisado, a isto?

Meus caros, o indivíduo que criou esta figura era um tipo do género do Dá-Vinxe, ou seja, um visionário estúpidamente avançado para a sua época que, devido à falta de entretenimento com indivíduos do sexo feminino, se dedicava à humilhação da classe operária dos coelhos e dos galináceos.
A história remonta à idade média. Quim Ferreiro, um camponês de média idade, munido de uma carantonha capaz de assustar o próprio susto, decide dar largas à galga e imitar os grandes pensadores do seu tempo.
Eis que pensa em teorias várias da criação do universo, leis da fisica e da matemática mas, devido à falta de inspiração e de interacção com a classe feminina, vai tocar-se pró banho, e tentar formular uma coisa qualquer que o leve a ser capa da revista Maria (a melhor revista da altura para quem queria ser famoso).
Enquanto se tocava no banho, eis que surge a ideia de criar uma figura relacionada com uma data.
-«Ora... Pai Natal.... não, esse já foi inventado. Deixa cá ver... EUREKA!!!!!!!... UM COELHO!»
Era uma ideia brilhante! Brilhantemente estupida, mas ainda assim, brilhante.
Figura criada, eis que surge a questão: Em que dia haveria de pôr, esta figura? Pensou ele:
«Se puser no Natal, certamente haverá bosta... Se puser no Carnaval, ninguém o vai levar a sério! E se o pusesse na Páscoa, hem? É isso!»
E eis que um tipo, que brincava sozinho no banho, munido de uma fronha pior que a do Zé Castelo Branco, se torna famoso e começa a aparecer na "Maria".
O problema é que, devido a tanto protagonismo, anos mais tarde, este indivíduo morre devido a uma overdose de chocolate num quarto de uma albergaria (o hotel de 5 estrelas da altura), com um coelho a malhar-lhe na zona posterior do corpo.
Portanto petizes, pensem lá bem se querem ou não acreditar que existe um coelhinho que põem ovos de chocolate com surpresas lá dentro! Depois não se queixem se os ovos tiverem um sabor esquesito!
Poeta Acácio (Poeta do Desassossego Desassossegado)
TENHO DITO